Hélio Ferraz ficou um ano como Presidente da
Colagua de 1970 a 1971
Hélio
Ferraz ficou um ano como Presidente da Colagua, de abril de 1970 até março de
1971. O pecuarista sempre foi um cooperativista nato. Ele também fez parte da
fundação da Cooperativa de Laticínios de Guaçuí, chegando a compor a primeira
diretoria. Durante a gestão, chegou a bater o recorde de captação, com cerca de
50 mil litros por dia, numa época de pouca genética e tecnologia. Sem muita
estrutura para o beneficiamento, a Cooperativa enviava o excedente para CCPL
(Cooperativa Central dos Produtores de Leite), caminhos truncados eram fretados
para levar cerca de 40 mil litros de leite para CCPL. A diretoria chegou a
adquirir duas carretas como reboques tanques de 20 mil litros, tendo o próprio
Presidente Hélio Ferraz dirigido até São Paulo, para realizar a compra.
Um dos filhos de Hélio Ferraz, Mauro
Lúcio Ferraz, lembra que antes da fundação da Colagua o pai mandava o leite para
outra cooperativa, a CAVIL, em Bom Jesus do Norte. Depois da união entre os
pecuaristas Paulo Viana de Aguiar, Fernando Trigo Gil, Auler Ludolf Thomé,
Agenor Luiz Thomé, Hélio Ferraz e o pai dele, José Ferraz de Oliveira, aconteceu
a fundação da Colagua. “Meu avô José Ferraz inclusive cedeu a área para
instalação do laticínio, além de outros grandes cooperativistas, que deram
origem a essa empresa com quase 60 anos de fundação sempre focada na produção
de laticínios”, destaca Mauro.
A propriedade de Hélio Ferraz era a Fazenda Barro Branco, em Guaçuí, como muitas na época funcionava no sistema de “meeiros” para o plantio de café, mas a atividade principal sempre foi a pecuária leiteira. Herança que passou para os filhos, assim como, o título de cooperado. “Meu pai sempre foi um cooperado fiel a Colagua, nunca desviou a produção para outras empresas, mesmo tendo sido tentado por diversas vezes por outras empresas. Ele morreu em setembro de 2001, mandando leite para Colagua. Sua cota de capital foi dividida entre seus seis filhos e todos nós, somos associados da Colagua”, afirma Mauro.
Outro filho, que também é
produtor rural, além de engenheiro, Luciano Ferraz, lembra o que sabe da curta
administração do pai. Como sempre viveu da terra, em tempos difíceis chegou a
passar muita dificuldade financeira, por isso, não incentivava os filhos a
viver do campo. Todos os filhos tiveram a oportunidade da formação superior,
mas mesmo assim, são apaixonados pela roça. “Meu pai, enquanto produtor rural
sempre esteve a frente de seu tempo, fazia duas ordenhas por dia, se dedicava a
visitas no Paraná para buscar genética de gado holandês, fez silagem e ainda
alcançou os investimentos em inseminação artificial. Enquanto pai, sempre me
deu bons conselhos e orientações, uma vez perguntei a ele: que profissão seguir
engenharia ou agricultor? Com sua sabedoria respondeu: Filho, um engenheiro
pode ser fazendeiro, o contrário não tem jeito”, finaliza o filho Luciano,
muito orgulhoso de toda a história que o pai escreveu na região.
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