Tradição e Qualidade
Da
necessidade de fortalecer a pecuária leiteira surgiu há 60 anos, a Cooperativa
Laticínios de Guaçuí, no dia 25 de fevereiro de 1958, agricultores da região se
reuniram para definir os rumos do setor no Espírito Santo e fundaram a COLAGUA.
Os 22 agricultores não sabiam, mas estavam escrevendo a história social e
econômica de Guaçuí. Um patrimônio reconhecido e respeitado por muita gente.
Tudo isso só aconteceu por que os pioneiros acreditaram, mesmo passando por
diversas crises nas últimas décadas, a cooperativa continua ser reguladora de
preços e a esperança para quem vive da agricultura familiar.
Presidente Burthon acredita nas mudanças
As
transformações aconteceram no decorrer dos anos, ainda na década de 1960,
apenas era industrializado o leite e a manteiga, ao longo dos anos o número de
produtos aumentou, assim como, o crescimento de cooperados que estão espalhados
por municípios do Caparaó, noroeste do estado do Rio de Janeiro e também o
leste Mineiro. “Queremos envolver o produtor e também toda a sociedade neste
aniversário. A Colagua tem muita importância social e econômica. Somos umas das
poucas indústrias do Espírito Santo que tem essa longa vida, muitas fecham
antes de completar dois anos. Queremos aliar a tradição a novas tecnologias,
consolidar nosso trabalho, por isso, planejamos novos mercados. Esse
crescimento é a consolidação do nosso trabalho”, afirma o Presidente Burthon
Moreira.
O prédio da cooperativa era de uma Cooperativa
de Mandioca, que de fato nunca funcionou, mas estava estabelecida no local. De
acordo com Paulo Viana Aguiar, um dos fundadores e Presidente, do ano de 1962 a
1966, foi quando o terreno da antiga fábrica de mandioca foi adquirido. Quando
a Colagua começou a captação, a arrecadação chegava a três mil litros de leite,
segundo documentos, tendo capacidade para receber 50 mil, mas aconteceram picos
de até 60mil/litros. Segundo revistas da época, a cooperativa foi pioneira em
inseminação artificial, pensando em melhorar o padrão técnico do rebanho.
A
Cooperativa se mantém estável no mercado, com cerca de 200 cooperados, um
quadro de funcionários e técnicos que dão suporte a todo o processo, desde o campo
até a venda. O Parque Industrial vem recebendo equipamentos e projetos para
cumprir todas as exigências legais. “O sentimento de celebração é o melhor
possível, fazer parte desta história e de tantas conquistas precisa ser
celebrado. Tentamos valorizar muitos pedaços dessas lembranças, entrevistamos
funcionários, cooperados antigos e fundadores. Ter todas as informações e
agradecer aos envolvidos é nosso papel. É sempre importante dizer que ninguém
chega a lugar algum sozinho, pessoas acreditaram e acreditam na cooperativa.
Ela eleva a região do Caparaó e também o município de Guaçuí. O sistema
cooperativo gera oportunidades e renda para sociedade”, finaliza Burthon.
Funcionários antigos
A foto histórica da Cooperativa de Leite de Guaçuí tem em
destaque dois personagens, que por anos, fizeram parte da vida de muitos
moradores: Joveci Rodrigues Camuzi e Lázaro Jerônimo de Melo. Claro, que
falando nome e sobrenome ninguém quase vai saber quem são, mas se resumirmos
em: Zé Careca e Zé Leiteiro, a certeza, que passa um filme na cabeça de muitos
adultos moradores de Guaçuí. A foto histórica da venda de leite no pequeno
caminhão com moradores aguardando com garrafas, uma tradição do interior, que
por anos até o lançamento do leite pasteurizado na sacola, fez parte da vida
dos moradores de Guaçuí. Era um encontro certo de todas as manhãs.
“Tenho
orgulho de dizer que participei ativamente da produção de muitos produtos. Fiz
o queijo, manteiga, ricota, parmesão e diversas delícias. Um tempo que
acompanhei também uma captação de leite em torno de 80 mil litros de leite por
dia. Criei minha família e tenho muita gratidão pela Cooperativa”, afirma o
ex-funcionário, que ficou conhecido como Zé Careca.
Cansado da vida e com o andar mais devagar, porém, cheio de
história para contar, Seu Zé Leiteiro, como é conhecido o ex-funcionário José
Rodrigues de Carvalho, relembra com carinho dos anos na Colagua. Foram 25 anos
de trabalho e dedicação à cooperativa. Vendia leite na rua, depois que a
tecnologia chegou colocando o produto na sacola, também foi responsável por
anos pela distribuição em Guaçuí, Iúna e outras cidades. “A Cooperativa era
muito forte, sempre era muito bem recebido por onde passava. A tecnologia veio
para ajudar muito o cooperado. Sinto saudades de todos”, afirma o
ex-funcionário.
Ex-presidente apaixonado pela Colagua
Ele já foi por três anos Presidente da Cooperativa de
Laticínios de Guaçuí, na verdade, foi o segundo a ocupar o cargo, mas o que de
fato inaugurou a Colagua desenvolvendo as obras no prédio e colocou para
funcionar. Um orgulho, que Paulo Viana de Aguiar, consegue descrever em cada
conversa. Sua posse aconteceu no dia primeiro de abril de 1962, ficando até o
dia 31 de março de 1966. O afastamento da cooperativa só aconteceu devido a
outros compromissos profissionais. Sempre ativo na região, Paulo de Aguiar,
gosta de relembrar a história da cooperativa e fazer assim, que ela se perpetue
por muitas gerações.
“Foram três anos até a inauguração da Cooperativa, nesta
época, estava acontecendo a erradicação do café devido a uma crise que o Brasil
enfrentava. O surgimento da Colagua veio para aumentar a renda dos
agricultores, já que o preço era bem melhor e ajuda nos insumos facilitava o
trabalho. Criamos uma cooperativa forte, queremos que as gerações continuem
esse trabalho”, lembra Paulo.
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