O
sorriso no rosto de Maicon é de quem acredita na pecuária de leite
A
história do leite na vida de Maicon Silva Nogueira, de 31 anos, começou desde a
infância, quando criança observava o avô no trato com o gado, mas depois que a
idade pesou, aos 83 anos, o avô se mudou para cidade e Maicon resolver dar
continuidade a pecuária leiteira, na Fazenda do Barulho, zona rural de Guaçuí.
Até tomar a atividade como principal renda, ainda trabalhou em fábricas de
móveis na cidade, mas não durou muito tempo para enxergar na pecuária uma
grande paixão. Nem a dedicação diária desanima o cooperado, que já entrou no
rancking de qualidade de leite Colagua.
Família unida e todos moram na zona rural
Quando
começou com a pecuária, tinha apenas 12 vacas e conseguia retirar 30 litros por
dia, hoje o pequeno produtor que trabalha sozinho, tem 65 vacas e tem
conseguido produzir, mesmo com a estiagem, 110 litros por dia. O tanque, por
enquanto, só recebe o leite produzido na propriedade, mas pertence à Associação
da Cachoeira do Barulho. “Eu fico muito animado com a produção, nunca tive
problema e sei muito bem, que o trabalho é árduo, principalmente com a falta de
chuva”, lembra Maicon.
Além
de se preocupar com a alimentação do rebanho, que tem sido à base de
cana-de-açúcar e milho, o produtor também tem investido em inseminação artificial.
“As bezerras que nasceram já são aqui da minha propriedade. Tento fazer tudo
certinho porque acredito no negócio, sinto que mais jovens poderiam participar
também da Colagua e dar continuidade a pecuária leiteira”, conta Maicon.
A
sucessão familiar na cadeia produtiva de leite é um desafio no Brasil e no
Mundo, pois os jovens estão perdendo o interesse em continuar na atividade por
várias questões. Mas quando a fazenda é rentável e bem estruturada, tornasse um
incentivo para esse jovem planejar o seu futuro no campo. O presidente da
Colagua, Burthon Moreira, é um defensor da sucessão, principalmente pensando no
futuro da própria cooperativa para compor o quadro administrativo.
“A
sucessão é um ponto que precisa ser pensado de uma maneira muito delicada, algo
que ocorre dentro do seio da família. A melhor maneira de sucessão precisa ser
definida dentro de casa, pois o modelo de produção antigo, onde prevalecia as
grandes propriedades dotadas de muitos funcionários, com a produtividade baixa
de produtos, não funciona mais e não oferece renda. Nós da cooperativa estamos
insistindo na questão da assistência técnica e transferência de tecnologia,
quando se leva informação você quebra paradigmas, existe um ganho melhor e mais
qualidade de vida. Estamos preocupados, queremos jovens capacitados, porque
queremos que surjam novas lideranças na cooperativa”, conta Burthon.
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