Total de visualizações de página

domingo, 2 de agosto de 2015

Cuidados adequados no rebanho evitam LINA


Com o passar do tempo à indústria começou a fazer uma série de procedimentos, tanto no campo quando no parque industrial, para ter certeza da qualidade e da composição do leite. O principal teste nesses processos é o alizarol, que pontua se existe uma concentração de ácido lático, com acidez elevada o leite se desestabiliza, ficando impróprio para o consumo e causando prejuízo em toda cadeia leiteira.

De acordo com Lorena Vidaurre Ribeiro, zootecnista do Incaper de Guaçuí, nem sempre a ocorrência dos grumos é causada pela grande presença de bactérias. Por algumas razões, principalmente oferta de alimentação deficiente em quantidade e qualidade ou sem o devido balanceamento, ocorrem alterações das propriedades físico-químicas do leite, o teste resulta na formação de coágulos. Ou seja, o leite está instável, mas não por causa da sua acidez e, nessas condições, ele é chamado de Leite Instável Não Ácido (LINA).

Quando o leite coagula, o produtor precisa investigar o que está acontecendo para fazer a diferenciação de Ácido e LINA. Lorena Vidaurre acrescenta que no caso do leite ácido, a solução está na revisão do manejo de ordenha, já que a presença elevada de bactérias se deve a problemas de higiene, principalmente limpeza incorreta do equipamento de ordenha, ou mesmo, a falta de cuidados do ordenhador com sua higiene pessoal, também pode ser a demora em resfriar o leite no tanque. Adotando-se os procedimentos corretos de higiene e com o resfriamento imediato do leite após a ordenha, a contagem bacteriana das ordenhas seguintes diminuirá rapidamente.

“Já em relação ao LINA, as providências são outras. Na maioria das vezes, o produtor não consegue corrigir este problema, pois as possíveis causas que provocam a ocorrência do mesmo são inúmeras e ainda não estão totalmente esclarecidas. Dentre os fatores já estudados até o momento, a restrição alimentar com conseqüente subnutrição ou desequilíbrio nutricional se destacam por reduzir a estabilidade do leite no teste do álcool. Será necessário encontrar o equilíbrio correto, na quantidade e na qualidade, entre volumoso e concentrado disponibilizados aos animais, sem esquecer-se da mineralização do rebanho. O balanceamento deve levar em conta as características do rebanho, o potencial de produção e o estágio de lactação dos animais”, afirma a zootecnista.

A zootecnista lembra ainda, que o problema do LINA é um problema multifatorial, sendo que as suas causas ainda não estão totalmente esclarecidas. Sabe-se que existe uma relação evidente entre a positividade da prova do álcool com a influência da época do ano, dietas ou pastos ricos em cálcio, deficiências ou falta de balanceamento de minerais (Ca, P, Mg), mudanças bruscas na dieta, estágio de lactação e genética. Dos trabalhos já realizados, a respeito da estabilidade térmica do leite, pode-se dizer que rebanhos bem nutridos, com bom manejo, livres de doenças, com conforto térmico, tratados de forma não aversiva não apresentam problemas.

O que pode causar o “LINA”

- Fatores nutricionais: dietas ricas em cálcio, mudanças bruscas de alimentação, restrição alimentar, desequilíbrios nutricionais. Aparece com frequência em fêmeas bovinas no pós-parto e em pico de lactação.

- Saúde do animal: processos inflamatórios da glândula mamária aumentam a concentração de plasmina no leite. A ocorrência pode ser frequente também em animais com alto potencial genético.

Previna a LINA:

- Planejamento do manejo para alimentação, ofertando alimentos o ano todo e no período que o pasto cai de volume, oferecer a cana-de-açúcar corrigida com ureia e sulfato de amônio, capineiras, silagem e feno.

- Importante lembrar que é preciso fazer uma transição adequada entre as dietas, para dar tempo para a flora do rúmen se adaptar ao novo alimento que está sendo fornecido. Mudanças bruscas de alimentação podem causar um desequilíbrio no metabolismo do animal e provocar o aparecimento do LINA.

- Observar o conforto animal. O estresse calórico também altera a composição do leite produzido, além de provocar redução do consumo. Nesse aspecto, deixar sempre água de boa qualidade à disposição do animal, providência indispensável para combater o estresse calórico.
https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif


Nenhum comentário:

Postar um comentário